segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Resgatado 5

Eu,
uma bossa triste!
Uns versos sobre a cama vazia e desarrumada...

Num canto do quarto,
avidamente,
você me tocava...

Tocava-me ao violão.
Enquanto, já inundados de melancolia,
teus olhos me perguntavam porque
devera eu ser tão triste
e fechada em mim mesma!?

Teus acordes,
banhados em lágrimas,
respondiam por mim:

É que existem homens maus meu bem,
e eles ousaram tocar-me!
Desde então,
a canção virou silêncio.
Uma sinfonia de desprezo.

Resgatado 4



Ei amor,
me diz aqui
se você não fosse meu,
o que é que seria de mim?

Uma mulher forte, fria e vazia,
que não chora, mas também não ri.

Veja bem:
eu fiz a minha escolha
quando assumi que te amava.
Desde entao, eu sou assim:
vulnerável, neurótica e descabidamente apaixonada!

Por deus, amor,
você é o meu cúmulo.
Você é tudo o que eu nunca quis.
                                                            E eu te amo tanto!

Resgatado 3

Nossas loucuras, amor,
fazemos de bico calado.
Se eles nos ouvem
gemendo assim,
periga nos chamar de loucos.
E vai ver que somos

Sabe,
tem tanto desejo
escondido no peito,
e que desperta assim
quando tua pele encontra a minha,
que teu abraço
me tira a razão.
Perdi o senso, os bons modos.

Resgatado 2




Veja,
é manhã!

O sol debruçado na janela
e eu debruçada no teu peito.

Tuas palpebras debruçadas umas sobre as outras
enquanto eu te espero despertar.

Eu com meu sorriso pontual
e meu beijo de hortelã.

Com um olhar casual e apaixonado,
eu debruço meu queixo no teu ombro
e te pergunto à beira do ouvido:

-Príncipes roncam?

Você sorri debochado:
-Sim!

domingo, 24 de outubro de 2010

Resgatado

Era de amor
aquele texto freqüente que eu escrevia pra ti.
Eu apagava e tentava consertar.
Mas o papel borrado te fazia lembrar os inúmeros erros que eu cometia.
Irresponsavelmente.
Porque ate ali, eu não havia sequer amado.
E não entendia tais sofrimentos
dos quais você se queixava.
Eu acreditava quando Raul dizia que o ciúme era apenas vaidade.
Espero que sejas capaz de compreender ao me ver hoje tão mudada,
que não era pra machucar o que com uma mão fazia
enquanto a outra te acariciava.
Era ingenuidade,
deixe-me explicar:
Eu não quis nunca te alegrar o choro.
E se você sofreu
não foi porque não te amei.
Foi porque a mais ninguém eu havia amado.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Você ama as texturas que encontra em mim
Sou tua terra fértil, meu intrépido pirata
Sou teu ancoradouro, teu porto seguro
Quem guarda os tesouros que só mostra para ti
Em mim você se esquece, em mim você se encontra
Sou tua
O assovio que dissestes doce, o cheiro que dizes enlouquecer-te, 
a pele que dizes macia, os olhos que preferes os teus, 
o sorriso e o jeito tolo, estes eu sei, deixam-te bobo

 
Fica assim, no meu peito, imperfeito
Borrou a pintura, a tristeza dos teus olhos
Tuas mãos buscando, insistentes, meu conforto,
meu debruçar sobre o seu corpo
Me diz que não
Não me deixa te machucar
Deixa que eu carrego a culpa, o peso desse desamor
Me pinta num quadro vil
Tua vilã, risca a carvão teu desespero, desrespeito
Deixa que eu seguro o céu, o sol, a barra.